quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Sebastião e a permuta, uma boa decisão.



Quantas vezes ouvimos pessoas questionando a si mesmo como compreender a justiça divina. Diante das atrocidades que reinam no mundo, um mundo que sofre transformações para melhor, segundo nos revelam os Espíritos, muitos manifestam dúvidas quanto esta melhoria e quanto à justiça de Deus.
Neste mundo tão conturbado, por vezes “cruel”, destacamos um homem que, desde menino, manifestava um estranho gosto, o da violência. Sentia-se fascinado por jogos violentos onde a vitória seria a morte de muitos. Gostava também de assistir a filmes do mesmo teor. Como este jovem, sabemos existirem muitos. Vamos chamá-lo Sebastião.
Sebastião cresceu achando normal aquelas cenas sangrentas e admirava a audácia daqueles personagens dos games e filmes que, superando medos, destruía os adversários na conquista de seus objetivos.
Quando lia os jornais e via notícias de crimes ficava muito interessado. Principalmente quando via o “sucesso” de seus autores que conquistavam dinheiros, joias e prestigio entre os seus.
Sebastião também trazia em seu pensamento uma dúvida: porque não tinha tudo quanto precisava? Porque não tinha direito as mesmas coisas que os outros jovens da sua convivência? Seria ele esquecido por Deus ou Deus não existia?
Nessa dúvida, alimentou em seu pensamento a ideia da posse e, em seu coração, a revolta. Passou a estudar as cenas dos games, dos filmes e os relatos dos jornais. Começou a pensar que ele também era capaz de conquistar seus objetivos porque era bom naqueles jogos. Já conseguira alcançar as ultimas fases de todos os games que conhecia e tinha uma mente bastante criativa.
Começou com pequenos furtos bem arquitetados. Com o sucesso, almejou mais e mais.
A necessidade de demonstrar a si mesmo o quanto aprendeu com os games e filmes fez com que colocasse uma pitada de violência em suas ações que foram crescendo até chegar à tortura de seus “adversários”. Da tortura foi um passo para a morte. Matou com prazer! Não encontrou nada que o fizesse parar há não ser a sua própria morte, a morte de seu corpo. Chegou o dia em que Sebastião voltou ao mundo dos Espíritos e teve um encontro com a verdade.
O que você acha que aconteceu com Sebastião?
Muitos dirão: foi para o Inferno! Mas, como sabemos que o Inferno é um estado de consciência, Sebastião encontrou o Inferno em sua própria mente – a culpa disfarçada em cenas de terror. Um game onde ele era o personagem que sofria a fúria de seus perseguidores que eram muitos. Monstros horrorosos de corpos destruídos que queriam aniquilar seu corpo. Ele pedia socorro. Por muito tempo pediu socorro até que Deus enviou alguém.
Foi um longo tempo de perguntas e explicações, de orientações e análises de casos até que concluiu que jogou fora uma grande oportunidade de vida. Pediu uma nova oportunidade, queria tentar novamente. Seu pedido foi atendido.
Deu início a preparação de seu retorno à vida carnal. Como seria sua nova existência? Nada fácil! Diante de tanta destruição pelo simples prazer de destruir; diante de tantas lágrimas que fez derramar; diante de tantos danos causados a diversas criaturas, suas irmãs em humanidade, as consequências seriam dolorosas. É da Lei! Lei de causa e efeito, de ação e reação.
Sebastião preocupou-se. Conseguiria vencer a tamanha prova? Um corpo deformado pelas agressões impetradas nos outros, a grande carência financeira pelo tanto que lesou, as perdas afetivas pela solidão e abandono que proporcionou a tantos quando tirou a vida de seus entes queridos. Seria possível ter êxito? Entristeceu-se imensamente!
Confidenciou a seu protetor espiritual suas angustias, seus medos. Recebeu dele o carinho e a atenção que tanto necessitava. Compreendeu que precisava seguir na busca de sua evolução, que era inevitável a caminhada para o crescimento. Mas recebeu uma contra proposta. Quem sabe podemos fazer uma permuta, uma troca na sua forma de resgate dos débitos adquiridos? - disse seu protetor.  Sebastião ficou bastante interessado: seria isso possível?!
Seu protetor apresentou-lhe um novo projeto de vida onde ele teria dificuldades físicas mais leves. Sairia a deformidade e entrariam enfermidades contornáveis, uma carência financeira mais suave e perdas afetivas naturais, sem abandono. Para que isso pudesse acontecer, porém deveria acrescentar um item importantíssimo em seu programa de vida: trabalho no bem! Como assim? Questionou Sebastião.
Você terá que construir e não destruir, plantar amor e não ódio, suavizar dores e não criá-las. Ensinará o bem do próximo, a não violência, salvará vidas.
Como farei isso?! Quando nascer em novo corpo, esquecerei essas orientações e posso fazer tudo errado outra vez!
Deus é bom Sebastião! É justo! - disse seu protetor. Vai te ajudar a lembrar de que tem um compromisso, mesmo sem saber qual é. Você será apresentado a uma religião para sentir-se mais fortalecido. Nesta religião aprenderá a necessidade e a importância do “amor ao próximo”. Logo será convidado ao trabalho com crianças e adultos e terá oportunidades de esclarecê-los, orientá-los, dar-lhes carinho. Muitos compromissos surgirão e você certamente terá vontade de desistir porque também surgirão convites ao prazer do mundo carnal. Mas você experimentará um desconforto toda vez que se inclinar para o abandono da tarefa. Apenas um desconforto. Será a ajuda de Deus para que você não desista. A decisão, porém, será sua. O que acha dessa permuta?
Difícil, disse Sebastião, mas melhor do que a primeira programação. Eu aceito!
Boa decisão Sebastião! – disse seu protetor. Eu seguirei com você. Estarei a seu lado vigilante, atento, segurando a sua mão. Quando seu corpo adormecer, e você vier ao meu encontro, conversaremos sobre seus desafios, suas decisões, sucessos e fracassos. Mas não poderei decidir por você. A responsabilidade por suas escolhas será sempre sua!
Assim, Sebastião retornou a vida carnal. Um novo corpo, uma nova oportunidade.

***

Assim somos nós. Não sabemos da nossa história pregressa, mas sabemos que não podemos deixar passar esta oportunidade de vida e resgate. É bem possível que estejamos vivendo uma permuta. Busquemos a força em Deus e em Jesus para viver esta permuta com excelência e aproveitamento.

Escrevi essa história inspirada por outra história: Nascer de novo, ditada pelo Espírito Léon Tolstoi no livro Arte de Recomeçar – História da imortalidade na visão de Jesus. Recomendo este livro.

Abraços,
Preta

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Como vai a sua vida? Como está preenchendo o seu currículo?



Menino atropelado que tinha 5% de chances de viver tem alta rápida
Menos de duas semanas após o acidente, Charlie Falcus voltou para casa.
Garoto de 12 anos sofreu fraturas na cabeça.

Um garoto que tinha apenas 5% de chances de sobreviver – segundo seus médicos – após ter sido atropelado agora se recupera bem em sua casa, em Newcastle, na Inglaterra. As informações são do jornal “Daily Mail”.
Charlie Falcus estava com três amigos quando foi atropelado. Ele tinha acabado de descer de um ônibus e, quando ia atravessar a rua, foi atingido por um carro e jogado de volta contra o próprio ônibus, antes de cair no meio-fio. Por sorte, policiais viram o acidente e o resgate chegou o mais rápido possível.



Quando li esta notícia hoje cedo no jornal, fiquei pensando na vida. A vida que temos hoje e, daqui a poucos minutos, pode chegar ao fim. Falo da vida material, dessa experiência num corpo carnal.
Quantas pessoas dizem: “quero viver intensamente, pois a vida é uma só!”.
Essa não é a minha filosofia. Vivemos várias vidas, várias experiências reencarnatórias com o objetivo de evoluirmos.
Quando pensamos em viver intensamente, por vezes, vamos além das resistências físicas e morais. Fazemos coisas, falamos coisas que não devíamos. Deixamos de realizar outras que seriam de grande importância nessa evolução. Vivemos intensamente os prazeres do mundo e não as necessidades do espírito.
Mas, o que é a vida? Pra que vivemos? Pra que fomos criados?
Se concordamos que Deus é inteligência suprema, soberanamente justo e bom, não podemos acreditar que Ele nos criou para passarmos pela vida e não vivê-la, como diz a música. E, viver a vida, a vida que Deus nos deu, é desenvolver as qualidades do Espírito, é viver com base no amor ao próximo. Coisa que estamos aprendendo ainda, exercitando com nossos familiares o que, por vezes, já é bem difícil.
Demonstrando sua bondade, Deus nos enviou Jesus que nos deu inúmeros ensinamentos. Deu-nos a receita para vivermos bem a vida caminhando para a evolução. Ensinou-nos a perdoar, a sermos humildes buscando convivermos com todos respeitando as diferenças, ensinou-nos a caridade mostrando-nos a necessidade que temos uns dos outros na vida em sociedade, a respeitar, a trabalhar, a instruirmo-nos tornando-nos melhores.
Essa busca do viver melhor não é para amanhã, é para agora! Não dá para pensarmos apenas em “curtir a vida” e, depois, quando já estivermos satisfeitos pensarmos no progresso espiritual. Podemos ser surpreendidos por um ônibus, um caminhão, uma enfermidade e, nem sempre, teremos a oportunidade da pronta recuperação.
Se hoje, fossemos chamados por Deus a retornarmos a vida espiritual, como apresentaríamos nosso currículo a Ele? Estaria devidamente preenchido com as ações que justifiquem a busca do progresso espiritual, o cumprimento do nosso objetivo existencial ou estaria preenchido com as ações que justifiquem a busca pelos prazeres materiais. É um caso para nós pensarmos, para avaliarmos.

Hoje, um jovem de 18 anos, deixou a vida material. Um jovem que desde cedo experimentou as dificuldades de um corpo enfermo.
Em sua vida curta não pode “curtir a vida” como tantos outros jovens, mas pode conhecer Jesus e seus ensinamentos. Soube o significado do que é viver a vida verdadeiramente e lutou por ela. Certamente em seu currículo constará a sua fibra, a sua fé em Deus, o seu esforço na transformação íntima, seu aprendizado como Espírito, suas boas ações como filho, como irmão, como amigo, como ser humano.

E nós, que ainda estamos por aqui, aproveitemos o tempo para deixar marcas positivas naqueles com quem convivemos. Vamos nos esforçar em amar mais, sem amarras, sem posse. Vamos buscar olhar mais o outro, ver dentro de seus olhos, tentar ver sua alma e dar a ele a luz que trazemos conosco. Vamos ensinar o que já aprendemos. Vamos buscar encontrar em nossa consciência, o verdadeiro motivo de nossa existência.

A vida é muito mais do que imaginamos. Pena que, geralmente, só pensamos nisso quando acreditamos que a nossa vida está “ameaçada” ou quando alguém que amamos faz a grande viagem.

Como vai a sua vida? Como está preenchendo o seu currículo?
Hoje é o melhor dia, agora é o melhor momento para você pensar na sua vida!

Beijos,
Preta